Mercado da Cor.
"Mercado da Cor". Tratando de assuntos como aceitação da cor, estereótipo, adoção, inclusão e valorização da beleza negra, "Mercado da Cor" retrata o negro sem se apegar ao folclorismo. Uma verdadeira mostra contemporânea de uma realidade social, pincelada através da dança e da música, amarrada com o teatro, que provoca o pensamento crítico.
Certamente esse espetáculo vai surpreender muita gente, pois é algo que foge um pouco do que a APDT está acostumada a fazer, além disso, o grupo espera contribuir para o fortalecimento da identidade negra Paulo afonsina, hoje tão esquecida e isolada. "Mercado da Cor" é empolgante e pulsante. E boa parte disso se deve ao trabalho de percussão e canto, que serão feitos ao vivo durante toda a peça, elementos que estão sendo muito bem explorados nessas novas produções
A montagem do "Mercado da Cor" começou no início desse ano, a partir de uma série de movimentos aprendidos pelo grupo nas aulas que tiveram de dança afro, capoeira e macule lê. Segundo a diretora do grupo, Dolores Moreira, como o processo de montagem do espetáculo é colaborativo, o elenco é muito mais do que atores e dançarinos, afinal, eles podem experimentar e enxergar suas ideias sendo usadas na concepção da peça.
O espetáculo “Mercado da Cor” faz um relato poético, político artístico, sobre as questões étnicas afro - brasileiras, apropriando-se dos elementos das artes cênicas e da musica, como estratégias para provocar o pensamento critico. No primeiro ato, a obra expõe a situação do negro sem contudo resvalar para o apelo das lembranças escravagistas. Através da contemporaneidade traça um paralelo do passado com o presente. No segundo ato ele apropria-se das tradições culturais para estabelecer um elo com a força e a beleza de uma cultura que mesmo sufocada e ou aparentemente aprisionada, permeia e fundamenta as tradições culturais do país. O espetáculo finaliza com uma declaração de paz, uma celebração holística de comunhão entre as diferentes culturas e etnias.